Frt. Matheus R.
Garbazza, SDN
Desde
o seu início, professando cheia de fé, a Igreja reconhece Jesus Cristo como o “Mestre
e modelo divino da perfeição, celebrado juntamente com o Pai e com o Espírito
Santo como o ‘único santo’”, conforme diz o Papa João Paulo II[1].
Esse
mesmo Jesus deixou aos seus discípulos o preceito de imitar a perfeição do Pai,
reproduzindo em seu agir a justiça de Deus. Para que pudessem cumprir bem esse
propósito, Jesus enviou o auxílio constante do Espírito Santo, garantindo a
perseverança no amor a Deus e na comunhão fraterna.
Sem
demora, alguns dos seguidores de Cristo se destacaram no seguimento profundo do
Divino Mestre: seja com a prática heróica das virtudes, seja com a graça do
Martírio pelo Reino de Deus.
A
esses, a Igreja sempre venerou juntamente com a Virgem Maria e os santos anjos
de Deus. Ao mesmo tempo, “implorou devotamente os auxílios de sua intercessão”,
no dizer do Papa João Paulo II.
Cumprindo
sua missão de ensinar, santificar e governar o povo de Deus, a Igreja propõe
tais homens e mulheres – os santos e santas - à veneração dos fiéis, para que como modelos
sejam auxílio para que também nós possamos chegar à glória celeste.
Deus
não quis salvar os homens individualmente, sem vínculos uns com os outros, e
desde o tempo antigo escolheu para si um povo – Israel – que é a prefiguração
da Igreja universalmente aberta a todos os povos. Assim a Igreja, “comunidade
consagrada daqueles que, crendo, voltam seu olhar para Jesus, autor da salvação
e princípio da unidade e da paz”[2]
entende-se como “Mãe dos Santos”, pois é dentro dela que os homens e mulheres
se santificam.
Por
isso, em relação ao reconhecimento de uma pessoa como tendo vivido em grau
admirável o seguimento de Jesus, “ao longo dos séculos os Romanos Pontífices
preocuparam-se em emanar normas adequadas para facilitar a obtenção da verdade
numa matéria de tão grande importância para a Igreja”[3]. A
última legislação nesse sentido provém do Papa João Paulo II e, mais recentemente,
da Congregação das Causas dos Santos durante o pontificado de Bento XVI.
Observando
a vida do grande missionário Padre Júlio Maria De Lombaerde, percebemos nele
essa vivência fiel do seguimento de Jesus e da prática heroica das virtudes
evangélicas – sacerdote ardoroso que foi. A isso a Igreja dá o nome de “fama de
santidade”. Além disso, são numerosos os testemunhos de graças e milagres alcançados
de Deus pela intercessão do Pe. Júlio Maria, ao que a Igreja nomeia de “fama de
sinais”.
Quando
percebe-se numa pessoa essa fama de santidade e de sinais, é possível abrir o
que comumente se chama de “Causa de Beatificação”, para que seja atestada a
santidade daquela pessoa. E durante muitos anos o desejo de instaurar a causa
do Pe. Júlio Maria ficou latente nas suas Congregações e no povo de Deus sem que,
por dificuldades diversas, isso tivesse sido possível.
Entretanto,
após a posse de Dom Emanuel Messias como Bispo de Caratinga, em 2011, e após a
celebração do centenário de chegada do Pe. Júlio Maria ao Brasil, em 2012, esse
desejo se tornou mais forte e passou a ser mais viável. Contando com amplo
apoio popular e dos religiosos, as Congregações fundadas pelo Pe. Júlio
constituíram uma equipe para encaminhar os trabalhos, tendo o Pe. Heleno
Raimundo da Silva, SDN, como responsável. Para representar o processo junto à Cúria
Romana estamos contando com o trabalho do advogado eclesiástico Dr. Paolo
Vilotta, responsável por diversas causas semelhantes no Brasil.
Enfim,
depois de quase um ano do andamento dessa fase preliminar junto às autoridades
romanas, chega-nos da Santa Sé Apostólica a autorização para a implantação da
fase diocesana do processo de beatificação.
Segundo
as normas da Igreja, “É chamado Servo de
Deus o fiel católico do qual já se iniciou a causa de beatificação e
canonização”[4].
A
partir de agora, portanto, inicia-se o processo de beatificação do Servo de
Deus Padre Júlio Maria De Lombaerde.
Esse
título, portanto, marca apenas o início de um longo e árduo trabalho de
investigação cheio de minúcias acerca da vida, dos feitos e escritos do servo
de Deus. Para termos uma ideia da delicadeza dessa investigação, todos os seus
quase 100 livros terão que ser examinados um a um por um perito teólogo. Além
disso a investigação conta com promotores eclesiásticos, peritos doutrinais,
médicos periciais, e tantos outros – além das testemunhas (oculares e
históricas).
A
nossa parte, a partir de agora, será rezar mais ainda para que esse santo homem
possa ser colocado como exemplo para toda a Igreja, a fim de que sua
intercessão seja invocada por todos nós com confiança renovada. Temos a oração pela beatificação, que pode ser
rezada por todos.
Além
disso, todas as pessoas que obtiverem de Deus uma graça ou milagre alcançado
por intercessão do Servo de Deus Padre Júlio Maria, pode e deve comunicar à
Congregação dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, por
meio do Pe. Heleno, SDN[5].
Nesse
caminho, lembramo-nos sempre da figura maternal de Maria Santíssima, Nossa
Senhora do Santíssimo Sacramento, que (juntamente com seu servo dileto Pe.
Júlio Maria e todos os santos e santas de Deus) nos mostra o caminho mais
seguro para o seguimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, Filho de
Deus. Assim seja!
[1]
Sua Santidade, Papa João Paulo II. Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister, 25 de Janeiro de 1983.
[2]
Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Dogmática Lumen Gentium, 9.
[3]
Congregação das Causas dos Santos. Instrução Sanctorum Mater, 17 de maio de 2007.
[4]
Congregação das Causas dos Santos. Instrução Sanctorum Mater, artigo 4, § 2.
[5]
O contato pode ser feito pelo e-mail [beatificacao@padrejuliomaria.com] ou para
o endereço: Praça Bom Jesus, 38 – Centro. Manhumirim-MG. CEP 36970-000.
O Pe. Julio Maria reproduziu no seu livro "O Fim do Mundo está próximo" um artigo publicado na Alemanha(!) sobre as aparicoes de Cimbres. Pergunto se no jornal "O Lutador" ele teria feito mais comentários sobre este importante tema.
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