segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Galeria: Memorial do Pe. Júlio Maria na casa das Irmãs Cordimarianas

Imagens do Memorial em honra do Revmo. Pe. Júlio Maria De Lombaerde, numa das casas das irmãs Cordimarianas. A Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria [FCIM] foi a primeira fundada pelo Pe. Júlio Maria. Atualmente, a Casa Geral das irmãs encontra-se em Caucaia-CE.


Quando nasceu o Memorial Cordimariano?

Na Exumação dos ossos do Pe. Júlio Maria, em 1974, um grupo de Irmãs Cordimarianas participou do ato, em Manhumirim. Tudo foi muito comovente: as três Congregações se reuniram pela primeira vez em torno de um evento de seu Fundador. Era o início uma história...Começou a surgir entre as Cordimarianas, o desejo de ir ao passado transformá-lo em presente, isto é, trazer o Júlio Maria para o hoje da história.

A Renovação Conciliar exige de todas as Congregações uma volta às fontes, uma consciência mais clara e convicta do Carisma Fundacional. Isto impulsiona a Congregação para um estudo mais profundo da pessoa do Fundador: Pe Júlio Maria e de sua espiritualidade.Em 1975, Ano do Vlll Capítulo, Irmã do Divino convoca a Irmã Crismanda para apresentar numa das primeiras sessões do Capítulo o tema: Pe. Júlio Maria De Lombaerde - O Fundador. O Religioso Missionário no Brasil.

O tema é apresentado e a partir dele, em estudos de grupo, Capitulares discutem:

Como resgatar o Pe. Julio Maria entre nós? O que poderemos fazer no ano Centenário 1977-1978 para celebrar o Nascimento do Fundador?

A partir daí, começa um novo tempo Cordimariano O TEMPO JULIMARIANO!!! Tempo de estudos, de pesquisas, de descobrir o Pai, tempo de organizar o "Cantinho do Fundador", tempo de entrevistas com a Madre, publicação de livros, apostilas, etc. Em nível Nacional a CRB convocava as Religiosas para o CETESPE (Centro de Espiritualidade de Atualização da Vida Religiosa). Algumas Irmãs participam de cursos do CETESP, entre elas Irmã Isabel Barreto, que retorna assumindo o desafio de organizar o Memorial Histórico do Fundador num processo de "volta as fontes". No dia 05.07.1978 - Ano Centenário, é inaugurada a Sala Histórica numa celebração que reúne, pela segunda vez, a Família Julimariana. O desejo do Fundador se concretizava:

"Espero, embora separados, formarmos todos uma mesma Família no mesmo Pai e no mesmo espírito".
Pe. Júlio Maria numa carta para a Madre Maria de Jesus.
01.05.1931










Fonte: Site das Irmãs Cordimarianas

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Segredo da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria [VII]





CAPÍTULO V
SERVOS DE MARIA

Todos nós pertencemos a Maria Santíssima. Por natureza, todos os homens são necessariamente Servos de Maria. Exprime-o São Bernardino de Sena: “Quantas são as criaturas que servem a Deus, tantos são que devem servir a Maria. E estando os anjos, os homens, e todas as coisas que há no céu e na terra sujeitos ao império de Deus, submetidos devem estar, também, ao domínio desta celeste Rainha”.

Pelo Batismo, que nos faz filhos de Deus e herdeiros do seu reino, apertam-se os vínculos de nossa união à Virgem Santíssima; e nos tornamos seus filhos, mediante a nossa elevação a uma ordem superior.

Como homens, somos, então: SERVOS de Maria Santíssima.

Como cristãos, somos: SEUS FILHOS.

I. Título de dependência

Estes títulos são gerais e convêm a todos. Mais, não seria possível irmos além... subirmos ainda mais alto pela doação de nós mesmos à augusta Mãe de Deus? Mostra-nos o exemplo dos santos que a estes títulos comuns, a estes laços de afetos podemos juntar outros mais particulares, mais íntimos, inspirados por um amor intenso.

Servos, por natureza – filhos, pelo Batismo – podemos proclamar- nos escravos de Maria Santíssima por amor. E não é só. Impulsionados pelo ardor de torná-la conhecida e amada, podemos fazer-nos seus apóstolos. E, muito mais ainda, almejando participar plenamente de sua vida de imolação, poderemos ofertar-nos a ela como vítimas.

E por que não dizer tudo? Há um derradeiro título, mais sagrado ainda que os outros, e que parece reuni-los todos numa intimidade de vida e de ação; título que ultrapassa todas as nossas humanas e ínfimas concepções; é o de esposo espiritual da Virgem Imaculada.

Este grau não convém a todas as categorias de pessoas, conquanto todos a ele possam aspirar. Somente as almas superiores que se sentirem apaixonadas por Maria Santíssima poderão tomá-lo sob o impulso da graça e consentimento de um competente diretor espiritual.

Em resumo: acima do que já somos por natureza e em virtude do Batismo, podemos declarar-nos por amor:

ESCRAVOS de Maria;
APÓSTOLOS de Maria;
VÍTIMAS de Maria;
ESPOSOS ESPIRITUAIS de Maria.

Ponderemos cada um destes modos de dependência, assim como as obrigações que cada um contém. Por fim, concentremo-nos sobre o modo que parece ser, há um tempo, princípio e base dos outros: – a Santa Escravidão. É ela a Verdadeira Devoção ensinada por Santo Luís Maria Grignion de Montfort.

São Luís Maria Grignion de Montfort, nasceu em 1673, em Montforf-sur-mer – França, e morreu em 1716, em Saint Laurent-sur-Sèvre, depois de uma vida maravilhosa, toda dedicada à Virgem Santíssima, com o auxílio de quem fez inumeráveis conversões. Pode ser colocado na galeria dos grandes apóstolos da França. Escreveu diversas obras. A principal intitula-se: “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”. Obra que parecendo inspirada, serve hoje de base a todos os estudos referentes à Mãe de Deus. Foi canonizado a 20 de julho de 1947.

II. Deveres de um servo

Principiemos pelo título de servo.

Já dissemos que todos nós somos servos da Santíssima Virgem, pois, como diz São Bernardino de Sena, “a soberania da Mãe de Deus não tem limites nem no céu nem na terra”. “Todos os seres, sem exceção alguma, estão sob o domínio divino, e pela mesma razão, sob o domínio de Maria”. “O Filho comum de Deus Pai e da augusta Virgem colocou, por assim dizer, em igual plano a autoridade de sua Mãe e a de seu Pai” – cf. De Nativ. B. V. cap. VI.

E Dionísio, o cartuxo, exclama, por sua vez: “Ó Rainha gloriosa e cumulada de graças, é justo que tudo se coloque sob vosso domínio, seja no céu, seja na terra; pois Deus, o Criador de tudo, houve por bem obedecer-vos” – cf. De laud B. V. cap.VI.

Mas, que é um servo?

É um homem a serviço de outro que recebe por remuneração de seu trabalho um salário de antemão combinado. O servo entra na família de seu amo; deve tomar a peito os interesses da propriedade, defender seu senhor, e prestar-lhe todos os serviços possíveis.

Pela criação e redenção, todos somos servos de Deus e, em conseqüência, servos de sua Santa Mãe. Somos, pois, membros da família de Maria. O templo de seu divino Filho é nossa morada. Seus interesses devem ser os nossos. Por recompensa de nossos serviços, a Virgem Santíssima nos promete o céu. É o que afirma São Bernardo: – “Um verdadeiro servo de Maria não pode perder-se”.

E então, que é preciso para sermos verdadeiros servos, e termos direito a tão animadora promessa? Muitas pessoas pensam que é suficiente recitar de quando em vez uma oração em honra de Maria Santíssima. Que basta enfeitar-lhe uma imagem. Que basta queimar em seus santuários, de tempos em tempos, algumas velas. Que é o bastante ser fiel a alguma prática de devoção, sem mesmo renunciar ao pecado.

Nenhuma destas devoções é má em si mesma. Contanto que não se prevaleçam delas para viver na inimizade de Deus. Podem elas até alcançar a conversão do pobre pecador. São, porém, insuficientes, para assegurar a salvação eterna. Para que um servo de Maria tenha direito às consoladoras promessas da Rainha do céu, é mister que se mostre digno e verdadeiro servo.

“Por isso, acrescenta um teólogo, – Vermeersch, S. J., Meditações, P. 240 – nossa devoção deve ser sincera e cristã”. E para ser sincera, é preciso que o coração deseje, verdadeiramente, honrar Maria e testemunhar-lhe confiança. Nenhuma prática particular é exigida para isso. Entretanto, a que se adotar seja significativa e exprima uma verdadeira confiança nesta boa Mãe. Nossa devoção deve ser cristã, isto é, em ordem à nossa santificação.

III. O estado de graça

O estado de graça é indispensável. Ora, o pecador pode recobrar, por Maria, a graça e amizade de Deus e chegar ao termo da predestinação – Bordaloue: Sermão sobre a devoção a Maria Santíssima, 2.ª parte.

Mas é preciso ao menos um certo desejo de recuperar a graça de Deus, uma vontade de proceder melhor. E é a isso que devem tender as práticas de devoção a Santa Mãe de Deus. Não basta a intenção de agradar à Santíssima Virgem. Devesse pôr como princípio de boa vontade, a fuga do pecado e a volta completa para Deus. Só deste modo poder-se-á obter, por intermédio da Mãe celestial, a misericórdia divina.

Portanto, é absolutamente necessário banir da alma a temeridade estulta de procurar, numa prática de devoção, um meio de continuar a pecar impunemente. Maria quer levar-nos a Jesus Cristo; é impossível, pois, que Ela satisfaça intento tão criminoso como seria honrar a Mãe para mais facilmente ofender o Filho!

Esta condição é essencial. Não se pode duvidar, entretanto, que a devoção produzirá tanto mais segura e magnificamente seus efeitos em nós, quanto maior e mais sincera for nossa dedicação.

Ser servo de Maria é, pois, uma garantia de salvação. No entanto, esta dependência não muda nenhuma das condições de salvação, estabelecidas por Deus. Seremos salvos pela graça de Deus. E alcançamos esta graça mediante os merecimentos de Jesus Cristo e nossa cooperação. Mas esperamos um auxílio de Maria Santíssima, uma oração sua que faça descer sobre nós favores mais abundantes da graça, e assim teremos a certeza de morrer bem. É, pois, em razão de nos assegurar tal auxílio, que a devoção à Mãe de Deus é sinal e penhor de eterna salvação.

IV. A salvação por Maria

Mas, se assim é, dirá alguém, porque celebrar esta segurança de salvação como sendo um apanágio da devoção à Mãe de Deus? Ora, será reprovado aquele que é verdadeiramente dedicado a Deus? – Evidentemente, não! Como poderíamos duvidar do poder e da bondade do Salvador de nossas almas, d’Aquele que criou Maria Santíssima e que sempre, com tamanha ternura, acolheu os pecadores desejosos de conversão?

Acharemos resposta à dificuldade, se ponderarmos que, para alcançar um fim, não basta possuir os meios: é preciso saber empregá-los. Jesus Cristo é Juiz e Salvador.

Ora, como será possível, em face disto, que o pecador tenha por Ele uma devoção inspirada pela confiança? Após o pecado, o grito natural da alma é o grito de São Pedro: “Senhor, afasta-te de mim que sou um pecador”. Este obstáculo à confiança desaparece somente quando podemos apresentar-nos a Jesus Cristo apoiados nesta Rainha puríssima, toda misericordiosa.

Eis o socorro por que Maria completa acidentalmente o desígnio divino da redenção. Eis como, sem nada subtrair à glória do Filho primogênito, Ela salva a todos os outros filhos que Deus lhe deu.

Pobres pecadores! A justiça do Filho pode espantar-vos e ameaçar-vos! Mas, que a misericórdia da Mãe vos atraia! Quando uma criança incorre na indignação do pai, e este a ameaça, ela se lança nos braços da mãe, não para afrontar o pai, mas para receber o perdão por meio dela que, com certeza, há de sentir-se comovida ante este ato de confiança.

Assim deve ser conosco. Digamos, então, muitas vezes, a esta boa Mãe que não cesse de implorar por nós diante de seu Jesus, de seu Filho, de Nosso Senhor. “Assidue pro nobis precare Iesum, Filium tuum et Dominum nostrum”. – Dizia São João Crisóstomo. E teremos certa a nossa salvação. É o que diz Santo Agostinho: – “Aquele por quem a Mãe de Deus reza ainda que só uma vez, salvar-se-á irrevogavelmente” – Cf.. muitos textos dos Santos Padres sobre o assunto em nossa obra: “Porque amo Maria”, cap. XIV.

Feliz aquele que se mostra verdadeiro servo de Maria!

Pode ter fraquezas e até cair, mas contanto que deseje sair deste seu estado e que invoque a Maria, alcançará a força de viver como bom cristão e de não ser indigno da proteção da Rainha do céu.

Postas estas condições, ele poderá pretender, com sua dedicação à Santíssima Virgem, uma garantia de perdão e de salvação.