2 – Início da Vida missionária e primeiros trabalhos como Sacerdote
Júlio Emílio era compenetrado e maduro nas horas sérias, nas horas de recreio, o amigo expansivo de todos, moço vivo e dado aos divertimentos. Ficou neste colégio apenas 1 ano e em 1895 partiu com um Padre Branco para Boxtel, na Holanda a fim de iniciar sua vida missionária. Em 19/10/1895 parte para a África apesar da tristeza dos familiares e desmaio de sua mãe. Aí nasceu o desejo do seu irmão Aquiles de ser missionário na África também. Em primeiro de novembro Júlio vestia o hábito de irmão branco
Este seminário foi fundado em 1895 pelo Pe. João Maria Berthier, um missionário francês que foi para a Holanda para iniciar uma vida de extrema pobreza num quartel de soldados, velho e feio. Júlio Emílio lá entrou e logo foi encarregado das aulas de matemática e francês. "Quem ali vivia no berço da nascente congregação praticava todos os heroísmos da pobreza". Em 1908, já havia 12 padres na congregação, entre eles o Pe. Júlio De Lombaerde, ordenado a 13 de junho daquele ano. Foi este também o ano da morte do fundador (16 de outubro). Meses depois, estava pronta sua biografia. Autor: Pe. Júlio Maria.
A comunidade cresceu sobremaneira e o espaçoso seminário era agora pequeno demais para 40 sacerdotes e mais de 100 estudantes.Padre Júlio Maria foi enviado para Wakken, na Bélgica, para iniciar um Seminário Menor de Missões e aí sentiu a necessidade de um clero religioso cheio de zelo para cuidar e afervorar as paróquias. Nunca abandonou o amor e o fervor por Nossa Senhora, sobre a qual leu e escreveu grandes obras teológicas. Era seu amante apaixonado.
Na França, na Bélgica e na Holanda, pregou com amor e ardor, ousadia e veemência apostólicas. Fez missões paroquiais numerosas, durante quatro anos, mobilizando e trazendo à prática religiosa centenas, milhares de pessoas, reconstituindo famílias, atendendo horas a fio a pessoas que, fazia muitos anos, não se confessavam, legitimando uniões conjugais que ainda não tinham recebido o sacramento do matrimônio, libertando as pessoas de vícios e pecados.
Muito entusiasmado com a "vida religiosa consagrada" (a vida de padres e irmãos, freiras e irmãs vivendo em comunidade, fraternalmente, seguindo uma regra de vida aprovada pela Igreja, e consagrando-se a Deus através dos votos de pobreza, obediência e castidade), Padre Júlio Maria aproveitava as missões e o clima de fervor religioso que, por causa delas, se experimentava, e procurava levar ou orientar para o convento aqueles e aquelas que se sentiam vocacionados. Na linguagem de pregador popular, ele gostava de dizer: "Temos três modos de ir para o céu: através da vida matrimonial, através do celibato no meio do mundo (celibato sacerdotal ou leigo) ou através da vida religiosa consagrada. Mas quem escolhe a vida de casado, é como se fosse para o céu a pé; o que vai pelo celibato no meio do mundo, é como se fosse a cavalo; mas quem vai pela vida religiosa consagrada, é como se fosse de automóvel." Ele entusiasmava rapazes e moças a serem religiosos, porque ele mesmo estava entusiasmado com isso. Foram muitas as vocações que conseguiu despertar ou firmar. E a cura milagrosa de uma mãe paralítica, que permitira sua filha única ir para o convento, fez com que suas pregações sobre as vocações sacerdotais e religiosas se tornassem extraordinariamente persuasivas.
(Este texto é uma resenha e um rearranjo do livro “Pe. Júlio Maria, sua vida e sua missão”, de Dom Antônio Afonso de Miranda, sdn, o primeiro religioso da Congregação do Pe. Júlio Maria escolhido para ser bispo, hoje Bispo Emérito de Taubaté, SP, e que foi o primeiro biógrafo do seu Fundador.)
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