8 – Últimos Dias; Falecimento
Tanto trabalho e tanta dedicação marcaram suas Congregações assim como a população da paróquia. Mas, por outro lado, iam-lhe desgastando a saúde. Não era velho. Tinha apenas 66 anos. Estava longe de dar mostras de decrepitude. Entretanto, em 1944, começou a falar da morte próxima. Começou a preocupar-se com a sucessão. Resolveu ir preparando melhor aqueles que poderiam continuar sua obra. A Congregação, porém, era muito nova: tinha apenas 15 anos e começara do nada. De qualquer maneira, o Fundador dizia aos noviços antes do último retiro pregado à comunidade (de 11 a 19/12/1944): "Quero fazer um ano de preparação para a morte. Sinto que não irei muito longe." Fazia, então, freqüentemente, menção à morte e ao céu. Cinco dias antes de morrer, eram indescritíveis os carinhos paternais e a expansão com que tratava seus filhos espirituais.
No dia 24 de dezembro de 1944, domingo, celebrou a missa das 5h 30min na Matriz do Bom Jesus, Manhumirim, estimulando todos a uma fervorosa comunhão naquela noite do nascimento de Nosso Senhor. Lá pelas 7h, partiu de automóvel para a fazenda S. José, em Vargem Grande, propriedade que ele adquirira recentemente para ajudar na manutenção do Seminário. Viajaram com ele três Irmãs Sacramentinas que iam conhecer o local de uma futura residência e escola, para as crianças da Vargem Grande. Um dia dedicado ao trabalho pastoral e à preparação da nova casa das Irmãs.
À tarde, quando ia voltar para Manhumirim, o tempo chuvoso e a estrada de terra escorregadia não aconselhavam que fizessem a viagem. Ele, porém, achava que deveria ir, por ser véspera de Natal, e ele iria celebrar a missa da meia-noite. Saiu apesar do risco. Provavelmente não avaliasse o tamanho do perigo, porque não era motorista e andava muito pouco de carro. O motorista, por sua vez, era jovem e inexperiente e não teve coragem de enfrentar a ordem do Pe. Júlio Maria, que fez questão de descer a serra. Aconteceu o desastre, o carro capotou duas ou três vezes na ribanceira e o Pe. Júlio ficou preso entre a ferragem do automóvel e um tronco de árvore. Os outros passageiros e o chofer não sofreram praticamente nada, fisicamente.
Mas o padre não conseguiu libertar-se, e, comprimido, ia sendo sufocado, sem ar. Resistiu ainda algum tempo, pedindo que providenciassem alguém que o pudesse tirar dali: "Depressa, depressa, minha filha!" - dizia ele a uma das Irmãs. Mas o socorro veio tarde demais. E ele morreu, pronunciando estas palavras: "Meu Deus, meu Deus! Nossa Senhora do Carmo! Meu Deus!"
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